Pedido de desculpas.

sexta-feira, 11 de março de 2011
Faz tempo que te conheço.
Mas não esse tempo que os mortais estão acostumados a contar, esse que passa nos relógios e se mede em horas que viram dias que viram semanas que viram meses e que construem as tão faladas vidas de cada um.
Te conheço de antes. Antes de ser, antes de nascer, de crescer, de aparecer, de viver. Antes de todos os outros antes.
Conheço de forma tão clara, transparente, o jeito menino bobo que esconde o homem controlado, a risada de criança que acoberta a seriedade do adulto, o ar de 'tô nem ai' que deixa passar despercebida essa percepção profunda que só você sabe ter... E de todos os você que eu conheço, não há um que eu não ame, que eu não queira, que eu não adore, e acima de tudo, que eu não entenda.
Mas esse meu amor/querer/entendimento, essa minha adoração não saem de mim como deveriam.
Que amor é esse que não se preocupa, não cuida, não vela, não dispõe, não transcende, não guarda, entre tantos outros nãos...
Que querer é esse que não seduz, não deseja, não atrai, não distrai, não suga, não cospe, não muda...
Que entendimento é esse que não anda, não vê, não procura, não divide, não completa...
E essa adoração? Que adoração é essa que não coloca em pedestal, não venera, não acende velas, não platoniza, não adora...
Fica dificil enteder, eu sei. Se eu não atendo um telefone, se eu ando relapsa, se eu não dou o valor merecido, se eu não amo como deveria.
E sim, concordo com você: 'Que caiam os seus dedos, ou melhor, que caiam os seus ouvidos se você ligar pra mim de novo'.
Não que eu não ligue, eu ligo. É só que assim como existe a revolta, existe a vontade - 'queria ouvir sua voz mas deixa pra lá demorou a atender, passou a vontade'. E essa vontade em mim não morre, a diferença é que agora eu sei porque, é que a nossa ligação foi tão forte em tão pouco tempo - se contarmos por este tempo dos mortais ainda não amados de verdade - de um jeito tão profundo que o elo, além e acima de tudo, não é opcional, é necessário.
O que já está em nós, é nosso, mesmo contra nossa vontade.
De um jeito que eu não sei explicar este meu estranho amor me acompanha cada dia, e por não ter coragem o bastante pra gritar por ele tudo que me resta é pedir desculpas por desde o começo deixar você amar uma das minhas faces mascarando a mais feia até mostrá-la sem dó assustando esse amor tão bonito que de certeza, e de alma, eu sei que você sente(iu) por mim.

2 comentários:

  1. Teoria, teoria e mais teoria...

  1. "E de todos os você que eu conheço, não há um que eu não ame,"...que coisa linda Jessy...a intensidade de sentimentos é predominante aqui...adoro isso! bjs*