Dia 26 de fevereiro fez quinze anos que Caio F. parou de escrever, como eu disse num post ai por baixo poetas não morrem, e já que eles não morrem, ousamos nós usurpar suas palavras pra expressar o que não temos a audácia de escrever e assinar. Por isso uso-me de sua herança pra dizer que: "Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração"
É que é fato que as coisas simplesmente fluem entre nós, não sei dizer se pela cumplicidade adquirida sem esforço, ou pela convivência fácil que acontece entre nós. Só sei que quando pensa-se que é, já foi. Não consigo acompanhar as suas certezas, já que ando meio dividida entre este e os outros mundos de que faço parte, e acredite, isso me deixa exausta.
Conversas e mais conversas deixam cada vez mais claro que isto esta perdendo o sentido, da minha parte pela forma leviana com que encaro este sentimento e você por ter-se desligado tão rapido que deu a entender que era pra você tudo isso nada mais que um capricho. Você me quis; me quis até que o brinquedo perdeu a graça. E esta graça sumiu-se logo quando o brinquedo resolvera ganhar vida pra levar a brincadeira a sério.
Mas fazer o que? Esta é a vida. Cada um que cuide da sua! E apesar de saber que as nossas estão entrelaçadas até a raíz, e que por este motivo não vai ser possível a separação, decido agora, por mim e por você, dividir estas nossas existências que andam mais se batendo que se resolvendo.
De agora em diante, sentamos de lado, conversamos, vivemos, nos transcendemos, mas cada um na sua essência fazendo o que lhe convier. Cansei dessa indecisão, desse meu egoísmo, dessa minha tristeza, e principalmente de comer esse nosso meio amor só pelas beiradas.
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- Eu posso ser terra, água, vento, fogo, qualquer elemento. Ser doce, salgada, ácida, mas de natureza meio amarga. Ser sol, chuva, neblina, e ter sempre um tornado guardado caso precise. Ser quente, fria, morna, vai muito do quanto quem me toma merece, ou aguenta. De costume ser ardida, afinal, isso seleciona os paladares. Mas de fim, ser o que sei que não sou ao ponto de me perder procurando, entre tantos eus que espalhei por ai, onde foi que eu largei quem eu sou de verdade...
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"Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração."
Sem dúvidas uma das mais célebres frases do Caio F. Abreu.
E sobre o seu texto;
Muito bom :).
E tecendo um comentário sobre o finalzinho do texto... Egoísmo é uma bebida; enquanto você você serve aos outros, tudo bem. Mas quando você prova do próprio egoísmo...